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Um mês após rebelião e fuga em massa de presos de CPPs, 61% foram recapturados

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Um mês após a fuga em massa de presos dos Centros de Progressão Penitenciária (CPP) de Porto Feliz (SP), Mongaguá (SP) e Tremembé (SP), 61% deles foram recapturados. A preocupação agora é com uma possível contaminação pelo coronavírus de quem volta para as celas.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), dos 1.375 detentos foragidos no dia 16 de março, 842 foram recapturados. O maior número de evasão ocorreu em Porto Feliz: 594. Porém, a cidade também registrou o maior número de recapturados: 438, quase 74% do total.

Em Mongaguá, menos da metade dos 563 detentos que fugiram foi recapturada: 265 no total, o que corresponde a 47% dos evadidos. Em Tremembé, 63% dos presos foram reconduzidos ao sistema prisional. Dos 218 evadidos, 139 voltaram às celas.

Todos os recapturados tiveram regressão da pena, decretada pelo juízo das execuções a pedido da SAP. Além disso, eles voltaram ao sistema carcerário em regime fechado, independente da sentença anterior.

Preocupação com o coronavírus

As ações dos detentos ocorreram após a Corregedoria-Geral da Justiça suspender a saída temporária dos presos em regime semiaberto. A saída estava prevista para ocorrer no dia 17 de março.

A suspensão foi definida devido ao temor de que os presos retornassem às prisões com coronavírus. Porém, com a fuga deles, o risco de contaminação ainda existe.

Para evitar uma possível disseminação em massa da doença nas unidades prisionais, a SAP informou que “todos os presos incluídos em unidades prisionais da pasta permanecem em regime de observação, sem contato com a população prisional e acompanhados em quarentena, antes de passarem ao convívio coletivo”.

Retorno dos evadidos

Alguns detentos chamaram a atenção pelo modo como foram presos. Um deles, dois dias depois de fugir do CPP de Porto Feliz, foi pego tentando furtar um sítio na zona rural da cidade. O local ficava próximo a um canavial, por onde os presos fugiram durante a rebelião.

O mais curioso foi que o homem foi surpreendido por um cachorro, que mordeu a perna dele. O detento foi reconduzido ao sistema prisional.

Outro homem foi pego em Sorocaba (SP), quando tentava roubar a moto de um professor. Um guarda municipal que estava de folga deu voz de prisão para ele e outro rapaz, que acabou fugindo. O detento estava armado com um revólver 38 e foi recapturado.
Além dos presídios de Porto Feliz, Mongaguá e Tremembé, Mirandópolis (SP) e Sumaré (SP) também registraram rebeliões no dia 16 de março.

Em Mirandópolis, houve um incêndio e nove presos ficaram feridos, porém não houve fuga. Em Sumaré, quatro presos fugiram durante a rebelião, mas os quatro logo foram recapturados.

Em Porto Feliz, os presos que fugiram colocaram fogo em um canavial próximo ao presídio. Os que ficaram promoveram um quebra-quebra na unidade. Colchões foram queimados e houve barulhos de tiros e bombas.

O trabalho de buscas aos foragidos foi reduzido e agora a expectativa da Secretaria de Administração Penitenciária é de que os procurados sejam recapturados em ritmo mais lento, conforme sejam parados em operações de bloqueio ou mediante mandados de busca cumpridos pelas forças policiais.

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