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Ministério Público questiona governo de SP sobre falta de atenção com projeto da USP que criou respirador de baixo custo

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O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu esclarecimentos ao governo do estado nesta segunda-feira (11) sobre o motivo para não implementar o uso dos respiradores de emergência desenvolvidos pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) no combate à pandemia do coronavírus.

Engenheiros Poli desenvolveram um ventilador pulmonar para uso em emergências com tecnologia e componentes nacionais. O resultado é de um equipamento produzido em até duas horas e 15 vezes mais barato dos que os aparelhos disponíveis no mercado. O aparelho foi aprovado nos testes técnicos e foi enviado para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O MP-S recomendou a implementação do projeto pela gestão João Doria (PSDB) e não obteve retorno. Por esse motivo, a promotora Dora Martin Strilicherk, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos – Saúde Pública enviou ofícios em que o Governo do Estado e a Secretaria Estadual da Saúde sobre o motivo para que o projeto não tenha recebido atenção por parte do poder público.

A promotora argumenta que o Governo vem negociando a importação de um único respirador por cerca de R$ 220 mil, enquanto um ventilador do Projeto Inspire tem custo aproximado de R$ 2 mil – o governo comprou três mil aparelhos da China por US$ 100 milhões, o equivalente a R$ 550 milhões.

Dora Martin Strilicherk acrescentou que “mesmo sem aprovação da Anvisa, o gestor tem obrigação legal de demonstrar que utilizou todos os meios possíveis (humanos e materiais) para salvar pacientes infectados pelo coronavírus (…)” e pediu que também seja informado o número de ventiladores que o estado de São Paulo precisa.

O G1 questionou se o governo do estado gostaria de se posicionar. O governo respondeu que está avaliando soluções para ventilação mecânica, inclusive junto à Escola Politécnica.

Parceria com a Marinha

Na sexta-feira (8), a USP e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo fecharam um acordo para iniciar a produção em escala do ventilador pulmonar emergencial.

“Essa pandemia mostrou que há a necessidade de o país ter sua indústria, sua própria tecnologia. Não podemos ser dependentes”, disse o reitor da universidade, Vahan Agopyan, em visita às instalações do Centro Tecnológico.

De acordo com a Marinha, o espaço tem capacidade para produzir entre 25 e 50 ventiladores pulmonares por dia, e a previsão é que em duas semanas os primeiros aparelhos possam ser distribuídos.

“Exatamente hoje, dia 8 de maio, a USP e a Marinha completam 64 anos de uma longa e produtiva parceria. Essa data é ainda mais especial neste momento crítico que estamos vivendo, diante da grave ameaça à população mundial”, disse o vice-almirante Noriaki Wada, diretor do Centro Tecnológico na ocasião da visita.

O convênio teve início em 1956, quando a Marinha decidiu se associar a uma grande universidade para condução de suas pesquisas. O resultado foi a criação do primeiro curso de Engenharia Naval do país, oferecido pela Poli.

 

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