Já o número de casos confirmados subiu de 221.973 para 229.475, um aumento de 7.502 infectados pela Covid-19.
As novas confirmações não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os números costumam ser menores no final de semana e às segundas-feiras devido ao atraso nas notificações nestes dias.
De acordo com João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência, o número está dentro da projeção feita pelo Centro de Contingência de que o estado deve chegar de 15 mil a 18 mil mortes no total até o fim do mês.
“Esse número ocorre basicamente porque o interior do estado, em sua grande maioria das regiões, está em uma curva ascendente, uma curva de crescimento de casos, isso faz que mesmo com uma redução que a gente tenha na capital e na região metropolitana o geral continua sendo negativo pelo o que nós esperamos e desejamos que é a redução do número de óbitos no número estadual”, afirmou.
Segundo ele, apesar do alto número de mortes, o estado tem 65,7% do índice de ocupação hospitalar. “É importante destacar que isso não tem pressionado os leitos de Uti, nós continuamos com utilização entre 65% e 66% dos leitos, o que significa que nós temos entre 33% e 34% dos leitos disponíveis para a população, e isso é o que mais importa para quando as pessoas estiverem necessitando de atendimento hospitalar por apresentarem dificuldade respiratória que nós tenhamos capacidade de atendimento com equipe, respiradores, pessoal treinado para diminuir a mortalidade dos pacientes.”
Na segunda-feira (15), o Comitê de Saúde da gestão João Doria (PSDB) havia apontado uma tendência de estabilização nas mortes e chegou a comemorar a primeira queda semanal com 1.523 novos registros, apesar de a diferença ter sido de apenas três óbitos em relação à semana anterior.
Na semana seguinte, no entanto, o número semanal voltou a crescer e bateu recorde semanal com 1.913 novos casos. Também pela primeira vez o estado registrou quatro dias seguidos com mais de 300 mortes. Com o novo recorde diário registrado nesta terça, é possível que o balanço desta semana aumente novamente, contrariando a justificativa de estabilidade.
“A média semanal está subindo dentro das previsões com as quais estamos trabalhando desde o inicio, elas são ajustadas, e vamos ajustar para ver o que podemos esperar como vai ser em julho, mas está dentro dos modelos matemáticos com os quais estamos trabalhando”, justificou Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência.
Nesta segunda (22), a taxa de isolamento no estado de São Paulo foi de 46% e de 47% na capital paulista. No domingo (21), o índice foi de 53% na capital e no estado 52%.
O número de pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) é de 5.659 e de 8.295 pessoas nas enfermarias. Na Grande São Paulo, 68% das UTIs estão ocupadas e 65,7% no estado.
Apesar do aumento do número de mortes, o governo de São Paulo estuda passar a capital paulista e região metropolitana para a próxima etapa da flexibilização do comércio, a fase amarela, onde as medidas ficam menos restritivas. De acordo com o governo, a tendência é de estabilidade nessas regiões e a doença está se agravando no interior do estado.
“A percepção nossa como médico é quando a gente fala em flexibilização a população, muitas vezes, acha que a epidemia está acabando e isso não é verdade. Nós sabemos que o vírus não vai embora, nós vamos ter que manter mesmo com a flexibilização todas as medidas de prevenção que são essenciais, a maior dificuldade é essa comunicação com a população, deles entenderem que a flexibilizar é uma coisa necessária, porém o novo normal é fundamental para que a gente não veja um aumento no número de casos”, Rosana Ritchmann, médica infectologista do Hospital Emílio Ribas.
O secretário de Saúde, José Henrique Germann disse que quando os números mostrarem que os hospitais de campanha possam ser desativados, eles serão. “Ainda não estamos neste momento”, ressaltou ele.
A cidade de São Paulo pode ter 1,16 milhão de infectados pelo coronavírus, número dez vezes maior do que o índice oficial, de 120 mil casos confirmados da doença, segundo pesquisa feita pela Prefeitura de São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo verificou que 9,5% da população já teve contato com o novo coronavírus, segundo pesquisa epidemiológica divulgada nesta terça (23). Os dados foram obtidos por meio de 5.416 exames sorológicos feitos em 96 distritos com moradores acima dos 18 anos escolhidos por sorteio.
Esses exames não indicam quantas pessoas estão infectadas no momento, mas quantas já tiveram contato com o vírus e desenvolveram anticorpos contra ele, sejam elas sintomáticas ou assintomáticas.
A margem de erro do inquérito sorológico é de 1,7 pontos percentuais. Portanto, a taxa de prevalência do vírus Sars-Cov-2 na população paulistana está entre 8% e 11,4%. Com esse resultado, a administração estima que 1,16 milhão de pessoas tenham contraído o vírus na cidade.
A presença de anticorpos no organismo não significa que a pessoa está imune à doença. Pesquisadores ainda estudam qual é a taxa de anticorpos necessária para que o indivíduo se torne imune e também quanto tempo esta imunidade pode durar.