A Polícia Civil prendeu na tarde desta segunda-feira (31) um advogado, de 42 anos, suspeito de envolvimento com o crime organizado em Presidente Prudente.
Segundo a Polícia Civil, as investigações apuraram que o advogado sediado em Presidente Prudente trabalhava para uma organização criminosa realizando pesquisas sobre autoridades públicas e sobre material usado rotineiramente em ações do bando, como explosivos, armas, emulsões e drones, além de articular o que chamou de “tabuleiro” (planos de ação criminosa) e “ameaças” a outros detentos do sistema prisional, a depender da conveniência determinada.
Nesta segunda-feira (31), além da prisão preventiva decretada pela Justiça, os policiais ainda cumpriram duas buscas em imóveis do investigado, sendo uma na residência e outra no escritório, na presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), todas em Presidente Prudente.
Ainda com o advogado, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos, através da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente, equipamentos de informática e um simulacro de arma de fogo.
Após o término das diligências, o preso será encaminhado a uma unidade penitenciária, onde permanecerá à disposição da Justiça.
O presidente da 29ª Subseção da OAB em Presidente Prudente, Wesley Cardoso Cotini, afirmou que a entidade foi acionada para acompanhar as diligências e apreensão de documentos para averiguação no escritório e na residência do advogado, resguardando a prerrogativa do profissional.
“Não há como emitir nenhum juízo de valor quanto aos fatos, tendo em vista ainda estar em fase de investigação”, salientou Cotini.
Os indícios da participação do advogado militante em Presidente Prudente em atividade criminosa foram identificados após o compartilhamento de materiais originários da Operação Transponder, realizada pela Polícia Civil em janeiro do ano passado.
Na ocasião, foram expedidos 39 mandados de prisão e outros 59 de busca e apreensão em 22 cidades do Estado de São Paulo.
As investigações da Operação Transponder tiveram início a partir de fragmentos de manuscritos apreendidos na região de Presidente Prudente e identificaram que integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) estariam comandando ações criminosas de dentro da Penitenciária Ozias Lúcio dos Santos, na cidade de Pacaembu (SP).
A organização criminosa tinha ligação do presídio de Pacaembu com as penitenciárias de Junqueirópolis (SP) e Martinópolis (SP) e comandaria ações criminosas, inclusive, em outros estados.
De acordo com a polícia, o grupo investigado era responsável por atividades de movimentação financeira, tráfico de drogas dentro e fora dos presídios e comunicação da organização criminosa.
Dos 39 mandados de prisão expedidos, 14 eram de pessoas que já estavam presas e 25 em liberdade.
Para Presidente Prudente, houve 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. Segundo a polícia, no município, a facção negociava drogas a partir do Paraguai.
A polícia identificou, ao todo, o envolvimento de 65 pessoas e bloqueou as contas bancárias de 47 dos integrantes do PCC.