Segundo o avicultor e veterinário Sérgio Kakimoto, a temperatura ideal para as aves é de 28ºC. “Elas suportam um calor de até 39ºC, esse é o limite na sensação térmica, mas tem feito mais de 40ºC, então elas não estão aguentando”, explica.
“Com as galinhas que se alimentam mais o problema é maior, porque com esse calor, a ração começa a fermentar no intestino delas e o calor começa vir de dentro. É como se elas cozinhassem por dentro, o que é uma das causas da morte pelo calor”, explica o veterinário.
As granjas de Bastos comandam 36% da produção do estado, segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Com a produção menor, os produtores informaram que o preço do produto deve subir nos próximos dias.
Para tentar amenizar o calor e, consequentemente, o prejuízo, os avicultores estão jogando água com um produto à base de eucalipto nas galinhas. Porém, segundo Sérgio é preciso ter cuidado com o vapor que esse sistema pode gerar.
“A combinação do forte calor e da baixa umidade relativa do ar, que chegou a 9% em alguns dias, tem sido fatal para as galinhas. E a ventilação nem sempre funciona porque o ar quente pode sufocar as aves”, comenta.
“A nebulização com a água deve ser feita de forma controlada , tanto a quantidade quanto o tempo, porque se exagerar cria uma câmara de vapor que também é prejudicial”, completa Sérgio.
Ainda segundo o criador de frangos, a morte de tantas galinhas não acontecia desde 2012. Na época, as aves morreram em um único dia de muito calor, dessa vez o problema se arrasta há pelo menos uma semana, desde o início da onda de calor na região.