A Justiça de Penápolis realizou na segunda-feira (26) a primeira audiência da Operação Raio X, deflagrada em 2020 para desarticular um grupo que está sendo acusado de desviar recursos públicos de equipamentos de saúde geridos por organizações sociais.
A audiência foi virtual e tinha a previsão é que seriam ouvidos cerca de 40 testemunhas de acusação e defesa e oito réus, entre eles, o médico Cleudson Garcia Montali, apontado como o líder do suposto esquema e que também era o responsável pela OS (Organização Social) que geria a Santa Casa de Pacaembu.
No ano passado, a Operação Raio X denunciou 70 pessoas pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação, atribuindo a cada um dos denunciados o tipo penal caracterizado por sua atuação.
Nas investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil apontaram que a organização criminosa era liderada pelo médico Cleudson Garcia Montali.
Consta que Cleudson foi diretor em várias unidades de saúde, por meio da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, celebrou contratos de gestão mediante licitações com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios, sendo acusado de desviar parte do dinheiro repassado por força do contrato de gestão às referidas organizações sociais.
A investigação, que durou dois anos e culminou com a prisão de mais de 50 pessoas, apontou que as organizações sociais de Cleudson cresceram rapidamente e fecharam contratos em 27 cidades de quatro Estados sendo: Pará, Paraíba, Paraná e São Paulo.