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Dupla As Galvão chega ao fim após 74 anos de atividade pioneira na música sertaneja

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Em cena desde 1947, a dupla sertaneja As Galvão chega ao fim em 2021, após 74 anos de atividade ininterrupta e pioneira no universo da música caipira.

A dissolução da dupla paulista foi anunciada por Mary Galvão em entrevista a André Piunti, publicada no YouTube neste sábado, 19 de junho, no canal deste jornalista especializado em música sertaneja. O motivo do término é o avanço da doença de Alzheimer que obrigou Marilene a se retirar de cena pela perda total da memória.

O fim da dupla As Galvão – inicialmente conhecida com Irmãs Galvão até a troca de nome (por razões esotéricas) no início dos anos 2000 – encerra carreira celebrada pelo pioneirismo no universo sertanejo.

Demarcando e ampliando território desbravado pelas Irmãs Castro, dupla que as antecedeu, as Irmãs Galvão marcaram época por terem sido duas das primeiras mulheres a entrar com sucesso em universo sertanejo então dominado por elenco masculino.

Quando entraram em cena na Rádio Club Marconi de Paraguaçu Paulista (SP), em 1947, com sete e cinco anos, respectivamente, Mary e Marilene certamente nem sonhavam em pavimentar trajetória tão longeva na música sertaneja.

De rádio em rádio pelo interior paulista, as irmãs acabaram contratadas pela RCA Victor, gravadora na qual debutaram em 1955, ano em que as Galvão registraram, em disco de 78 rotações por minuto, as músicas Carinha de anjo (Paschoal Yanuzzi e Fábio Mirhib) e Rincão Guarani (Maurício Cardozo Ocampo, Diogo Mulero Palmeira e Centorion).

Começou, naquele ano, bem-sucedida trajetória fonográfica pavimentada pelas gravações de toadas, modas de viola e rasqueados, gêneros musicais recorrentes no universo sertanejo. As Irmãs Galvão gravaram discos com regularidade até o fim da década de 1980. 

A partir dos anos 1990, a discografia foi ficando cada vez mais espaçada na medida em que a dupla passava a ser cada vez mais reconhecida pelo fato de, no rastro das Irmãs Castro, Mary e Marilene terem imprimido assinatura vocal feminina na música sertaneja quando que somente os homens cantavam modas caipiras.

Essa trajetória pioneira foi celebrada em 2017, ano em que as Galvão festejaram sete décadas de carreira, com a edição do DVD Soberanas – 70 anos ao vivo e com o documentário Eu e minha irmã – A trajetória das Irmãs Galvão, dirigido por Thiago Rosente.

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