O preso de 21 anos foi questionado sobre a situação e alegou que havia se desentendido com seu companheiro de cela e que o tinha agredido com um murro, o que fez a vítima desmaiar.
Os agentes observaram que a vítima apresentava marcas no pescoço típicas de estrangulamento, assim como pequenos ferimentos provocados por instrumento perfuro-contundente.
A vítima, em razão dos ferimentos, morreu no local.
Segundo o Boletim de Ocorrência, o preso de 21 anos contou que cumpria pena em Montalvão em razão da prática de três crimes de roubo na cidade de São Paulo (SP). Ele disse que dividia a cela com o outro preso havia cerca de um mês e, em princípio, o relacionamento entre ambos era normal.

No entanto, segundo a versão do suspeito, de um certo tempo para cá, ambos começaram a se desentender porque o preso de 44 anos o limitava o banho e a lavagem de roupa.
O suspeito reconheceu que não chegou a comunicar tal fato à administração do presídio.
Ele confessou que, nesta sexta-feira (1º), iniciou-se uma discussão entre ambos e, então, o preso de 44 anos teria partido para cima dele.
Para se defender, o suspeito disse que lhe desferiu um soco e como consequência a vítima caiu no chão.
Em seguida, ainda segundo a versão do suspeito registrada na Polícia Civil, utilizou-se de um varal improvisado feito com saquinhos de leite e estrangulou a vítima.
Além disso, o rapaz ainda disse que, em seguida, utilizou um tubo de caneta para lesionar a vítima na região do pescoço.

O suspeito afirmou que o ato não foi premeditado e não teve a participação de nenhum outro preso. Ele pontuou ainda que sofreu um leve ferimento na parte posterior da cabeça decorrente da luta corporal travada com a vítima.
Policiais civis estiveram no local e foi requisitada perícia na cela.
O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame necroscópico.
A Polícia Civil concluiu que os indícios de autoria recaem sobre o indiciado, que era o único preso existente na cela em que estava a vítima e que confessou a prática do crime.

Segundo a polícia, “existem indícios suficientes da prática do delito pelo indiciado, extraídos, sobretudo, do Boletim de Ocorrência e dos elementos de prova oral”.
As apurações indicam, ainda conforme a polícia, que “o indiciado praticou um crime com elevada gravidade”. “Com efeito, o indiciado, com o uso de algum cordão não encontrado, deu cabo à vida da vítima, seu companheiro de cela, mediante estrangulamento”, pontuou.
O preso de 21 anos irá responder pelo crime de homicídio qualificado previsto no inciso III, do parágrafo 2º, do artigo 121, do Código Penal, ou seja, que é o de matar alguém com emprego de asfixia. A pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.
De acordo com os dados da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) atualizados nesta sexta-feira (1º), o presídio de Montalvão possui uma população carcerária de 932 homens, embora a capacidade seja para abrigar 696.

