A Prefeitura de Marília deve finalizar agora em agosto o trabalho de modernização do Museu de Paleontologia. O local vai contar com réplica de dinossauro de quatro metros de comprimento, além de atrações modernas, para que os visitantes se sintam dentro do próprio “Jurassic Park”. Restam apenas detalhes de acabamento para que o local seja reinaugurado e entregue para a população de Marília.
Quem passa pelo cruzamento da avenida Sampaio Vidal com Rio Branco já se surpreende com o tamanho do dinossauro instalado na área externa do Museu de Paleontologia. A peça chama a atenção e faz com que muita gente pare para tirar fotos e fazer vídeos. Esse é apenas um dos atrativos, mas muitos outros aguardam a visita dos marilienses do lado interno do museu.
De acordo com o secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Nelson Mora, o espaço recebeu ampla modernização, com recursos conquistados após Marília se tornar Município de Interesse Turístico (MIT). A reforma do prédio já foi finalizada na parte externa, concluída com a instalação de um dinossauro de 12 metros de comprimento, que já virou uma atração turística por si só.
“Estamos quase terminando, e nosso pensamento é entregar o Museu de Paleontologia na segunda quinzena de agosto. Faltam alguns adesivos nas paredes e também recolocar os fósseis dentro do museu em vitrines com Blindex. Teremos quatro óculos 3D, que as pessoas poderão ver os dinossauros nas florestas, do jeito que era quando eles habitavam nossa região”, conta o secretário.
Nelson Mora adianta que a ideia é deixar o museu aberto de terça a domingo. Todos estão animados com a aproximação da reinauguração, já que muita gente tem visitado a parte externa para tirar fotos com a réplica de dinossauro que foi instalada. A expectativa é que o movimento seja muito grande, atraindo visitantes de Marília e também de toda a região.
“O museu está fechado desde antes da pandemia. Ele não costumava ter um movimento muito grande, mas acredito que agora a demanda vai ser muito boa. Pelo que estamos sentindo, não dá para calcular como será a procura. Por isso, para atender todo mundo, queremos abrir o museu aos sábados e domingos, deixando apenas fechado nas segundas”, afirma Mora.
Uma outra réplica de dinossauro, em tamanho real, está instalada na parte interna do Museu de Paleontologia. Um totem também já foi instalado, para que os visitantes tenham informações sobre o período em que os dinossauros viveram na região de Marília. O local deve ainda receber visitas agendadas de estudantes das escolas da cidade.
“Nos dias da semana, vamos levar as crianças das nossas escolas para conhecerem um pouco mais sobre esse assunto. Esse é o dinheiro do MIT, que estamos investindo em Marília. Pretendemos também revitalizar o bosque municipal e colocar umas quatro ou cinco réplicas de dinossauros por lá”, afirma Nelson Mora.
DESCOBERTAS EM MARÍLIA
As primeiras coletas de fósseis datam do início dos anos 90 e se referem a fragmentos ósseos identificados como pertencentes à saurópodes do grupo dos Titanossauros.
As pesquisas do paleontólogo William Nava revelou inúmeros sítios fossilíferos datados do Cretáceo Superior por toda a região. A partir da descoberta de fósseis de crocodilos descritos como Mariliasuchus amarali, e Adamantinasuchus navae em rochas próximas ao vale do Rio do Peixe, foi possível concluir que a região tinha potencial para fósseis bem preservados.
De região desconhecida para a paleontologia até o início dos anos 90, Marília atualmente desponta como um dos grandes sítios paleontológicos do Brasil e América do Sul. Foram reconhecidos, dinossauros do grupo dos Titanossaurídeos (herbívoros) dinossauros terópodes (carnívoros), espécies de crocodilos, anfíbios, dentes e restos ósseos de peixes, um pequeno lagarto Esquamata, além de microfósseis.