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Pais pedem Justiça por filha morta em acidente com ônibus da Prefeitura de Pacaembu

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“Para que por irresponsabilidade, outras famílias não passem a dor imensa que estamos passando”, disseram os pais

Em um encontro cheio de emoções e lágrimas, que durou cerca de 1h30, a reportagem do jornal e site Folha Regional Pacaembu entrevistou na noite deste domingo (13), o cortador de cana Ailton Máximo da Fonseca, 52 anos de idade e sua esposa, a catadora de reciclagem Dara Geovanna dos Santos Moreira, 26 anos – ambos pais da pequena Alici Geovanna Moreira da Fonseca, que aos 8 anos de idade perdeu a vida após ser atropelada e arrastada por um ônibus circular da Prefeitura de Pacaembu na tarde triste e cinzenta de sexta-feira passada (11) no Bairro Nova Pacaembu.

Nas mãos do pai, calejadas pelo árduo trabalho e bastante trêmulas talvez em decorrência da tristeza e ainda pelo choque da perda da criança, um celular, que trazia a foto da filha amada.

 

Nas mãos do pai, o celular com a foto da filha amada – FOTO: Diego Fernandes | Folha Regional

Na voz, um único pedido, o de “justiça” pela morte da filha, que no entendimento dos pais, trata-se de uma tragédia anunciada que poderia ter sido evitada.

Ele estava em um estabelecimento comercial da cidade quando foi avisado por uma vizinha do triste fato, dirigiu-se imediatamente para o local do acidente e deparou-se com a filha ainda com a mochila escolar nas costas, ensanguentada e já sem vida; deitou-se ao lado dela, apesar da multidão que se formava, em seus olhos já não existia mais ninguém ao redor, tudo o que restava naquele momento era o choro, a dor e a tristeza em não entender o porquê de tudo aquilo que lhe estava acontecendo.

“Minha filha acordou cedo, se arrumou, como sempre carinhosa, beijou a minha esposa e me beijou. Ela estudava no período da manhã e a tarde ficava no projeto social. Todos os dias ela, a irmã e os amiguinhos tinham a mesma rotina e pegavam o mesmo ônibus, já que do projeto até em casa a distância era muito grande e o único transporte existente era aquele”, explicou o pai bastante emocionado.

Durante a conversa dos pais com o jornalismo Folha Regional, a pequena Arieli de apenas 7 anos de idade nos interrompe, ela também queria falar o que viu…

Contou que as portas do ônibus estavam abertas e que elas já estavam prestes a descer, no local de costume, porém, que com o “chacoalhar” do coletivo, a irmã teria torcido os pés e caiu embaixo do ônibus.

“Ela gritou socorro”, disse a irmãzinha ainda bastante assustada e muito triste com o que viu, que sem tirar as mãos do papel sobre a mesa e com toda inocência e a simplicidade de uma criança, confeccionava um desenho retratando o pai, a mãe e a irmã que segundo ela “agora está no céu”.

Continuamos a conversa, o pai disse à nossa reportagem que o ônibus avançou sobre a calçada, atingiu uma placa que ficou enroscada na porta e que foi neste momento que sua filha também foi atingida e que o ônibus passou por cima de seu corpo, arrastando-a em seguida. Fotos enviadas por aplicativo de mensagem, retratam a versão do pai.

Ele questionou o fato de não ser um acidente simples e sim uma tragédia que custou uma vida. Inconformado com o resultado da audiência de custódia, também se mostrou contrário à soltura do motorista que foi decretada pela Justiça para que responda em liberdade.

“O grito que sai do peito é o de que a justiça seja feita! Não me importa dinheiro, até porque isso não vai comprar e nem vai trazer a minha filha de volta, quero que os responsáveis por essa tragédia paguem, para que outros pais e mães não tenham que enfrentar essa dor que estamos enfrentando em voltar para casa e não ter a nossa filha amada nos braços”, desabafaram Ailton e Dara.

Os familiares de Alici informaram que já estão em contato com um advogado e que este deverá assumir o caso. Eles também vão acompanhar de perto os trabalhos policiais e aguardar o laudo que será apresentado pela perícia.

“Não vamos desistir de fazer a justiça pela Alici. Houve uma série de erros e tem que ser apurado o caso pela Prefeitura, pela Polícia e pelas autoridades. Que os culpados sejam penalizados e respondam judicialmente, isso tudo pela memória da nossa filha que ficará para sempre em nossos corações que aguarda ansioso por justiça”, disseram Ailton e Dara.

O jornalismo Folha Regional vai seguir acompanhando o caso.


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