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Polícia

PACAEMBU: Mãe recebeu foto da filha morta em grupo de WhatsApp

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Não bastasse a dor de perder repentinamente a filha Alici de apenas 8 anos de idade, que foi atropelada pelo ônibus circular da Prefeitura de Pacaembu na tarde de sexta-feira (11), a catadora de reciclagens Dara Geovanna dos Santos Moreira, 26 anos, teve que passar ainda pela cruel tortura de ver a foto da filha morta sendo compartilhada em grupos de WhatsApp nos quais estava.

A situação foi revelada pela mulher na noite de domingo (13), durante entrevista ao jornal e site Folha Regional.

“Foi desesperador ver aquela cena na tela de meu celular, jamais imaginei me deparar com uma situação daquela, em que minha filha aparecia toda ferida, ainda com a bolsa da escola nas costas e já sem vida. Foi como se uma faca tivesse sido cravada em meu peito”, falou Dara bastante abatida.

 

Nas mãos do pai, o celular com a foto da filha amada – FOTO: Diego Fernandes | Folha Regional

A mãe contou que de imediato e mesmo sem chão, pediu para que as pessoas parassem de publicar e encaminhar o conteúdo, mas que teve a informação de que a foto passou por vários outros grupos e aplicativos de mensagens se espalhando rapidamente.

“Não desejo para ninguém essa situação. Ninguém merece ver a própria filha ou alguém que ama daquela forma. Uma cena que jamais sairá da cabeça”, desabafou.

CRIME DE VILIPÊNDIO

A reportagem do jornal e site Folha Regional foi buscar esclarecimentos sobre este tipo de crime.

A advogada Dra. Ana Carolina Valença destacou que se trata de um crime de vilipêndio de cadáver, previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, cuja pena é de 1 a 3 anos de detenção e multa.


Ela pontuou que já existe em tramitação no Senado um pedido para o aumento desta pena para quem expõe, fotografa e compartilha fotos de pessoas em óbito. Além de ser ilegal é imoral e fere os familiares e pessoas próximas da vítima.

Os familiares da pessoa exposta neste tipo de propagação de imagens, podem ingressar com uma ação de danos morais contra o autor.

“Quem fotografa, armazena, envia e compartilha este tipo de conteúdo, está sujeito à aplicação da lei e a responder processo judicial, por isso, todo o cuidado é pouco ao manipular vídeos, imagens e outros materiais neste sentido”, destacou a advogada Dra. Ana Carolina Valença.

A causídica aproveitou a oportunidade para enviar os votos de pesar aos familiares da pequena Alici.


 

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