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Aracy Balabanian morre aos 83 anos

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Morreu na manhã desta segunda-feira, 7, aos 83 anos, a atriz Aracy Balabanian. Ela estava sob cuidados paliativos na clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. A atriz foi diagnosticada com câncer no pulmão em outubro de 2022. 

Aracy ficou conhecida por dar vida a Dona Armênia, na novela Rainha da Sucata (1990) e a Cassandra, no dominical Sai de Baixo(1996-2002). Ela ainda atuou em A Próxima Vítima (1995), Saramandaia (2013), Geração Brasil (2017) e Sol Nascente (2016).

Em 2019, ela gravou uma participação no especial de fim de ano Juntos A Magia Acontece. No ano anterior, ela também fez uma aparição em Malhação: Vidas Brasileiras.

Ainda não há informações sobre velório e enterro da artista. Nas redes sociais, anônimos e famosos se despediram da artista, homenageando seu legado e relembrando trabalhos em mais de 50 anos dedicados à arte.

Miguel Falabella destacou a parceria dos dois em cena e o quanto a amava.

“E então você se foi, assim, nesse dia ensolarado, como são ensolaradas as lembranças que invadem a minha cabeça, num jorro incessante, ainda que meu coração esteja nublado. Minha amada Aracy, minha rainha, atriz de primeira grandeza, companheira irretocável, amor de muitas vidas”

A carreira de Aracy Balabanian
Filha de imigrantes e natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Aracy se interessou pelo teatro ainda criança, quando morava em São Paulo e foi levada pelas irmãs para assistir uma peça de Carlo Goldoni com a companhia de Maria Della Costa.

“Chorei muito. Estava emocionada porque era aquilo que eu queria. É muito difícil para uma criança de 12 anos, ainda mais naquela época, querer ser atriz e já perceber que ia ter muitas dificuldades”, relembrou ela ao site Memória Globo.

Descendente de armênios, a artista não teve aceitação familiar quando decidiu seguir o caminho da arte, apenas de seu pai. Em entrevista ao Conversa com Bial, em 2022, Aracy contou que ficou 10 anos nesse “entrevero” com ele. 

“Nós levamos nesse entrevero, meu pai e eu, mais de 10 anos, [ele] tirando mesada, impondo todas as dificuldades para que eu não fizesse. Mas Antônia Maria não deu, foi quando ele cedeu. E foi quando ele faleceu”, contou. “Quando foram tirar o paletó dele, caíram muitas fotos minhas autogrofadas. Porque ele fazia isso, fazia eu autogrofar [as fotos] e saía distribuindo. E falava ‘sabe quem eu sou?’. E muito contente porque eu não tinha mudado meu nome. Era garoto propaganda [do trabalho da atriz]. Foi lindo, foi o que me aliviou quando ele faleceu, em poder pensar: ‘Conquistei papai’ “.  

Aracy Balabanian se formou na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP) e estreou na televisão em 1965,  protagonizando Antígona, de Sófocles, numa versão teleteatral pioneira da TV Tupi. Anteriormente, ela já havia se destacado pela atuação nos palcos com o grupo Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC.

A partir de sua estreia na televisão, ela começou a se dividir entre as telas e o tablado. Entre os projetos que integrou, destacam-se títulos como O Casarão (1976), Coração alado (1980), Vila Sésamo (1972) e Locomotivas (1986) que, inclusive, estreou no Globoplay no dia 19 de julho.

Aracy Balabanian fez dois abortos
A intérprete de Cassandra, em Sai de Baixo, não teve filhos nem se casou. Em entrevista à Quem, ela disse que seus 13 sobrinhos, 12 sobrinhos-netos e bisnetos, além da afilhada Antônia Sampaio, eram o bastante. 

No entanto, Aracy chegou a engravidar duas vezes. Em ambos os casos, optou pelo aborto, já que preferia investir na sua carreira de atriz.

Em sua biografia, intitulada Nunca Fui Anjo, Aracy revelou foi submetida ao procredimento em clínica clandestina. A primeira vez ocorreu quando ainda estava no início de sua trajetória profissional e foi abandonada pelo seu primeiro namorado durante a gravidez

Já a segunda interrupção foi motivada pela situação de violência por parte do namorado, que tentava restringir sua carreira e a pressionava para casar e ter um filho, o que ela não estava disposta a fazer. Aracy sempre prezou por sua independência e carreira.

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