Servidores do sistema penitenciário estão preocupados com a disseminação da Covid-19 nas unidades estaduais. Na região de Presidente Prudente, desde que os casos começaram a surgir, mais precisamente entre o final de março e começo de abril, chegou ao conhecimento da imprensa diversos casos de servidores contaminados pelo novo coronavírus. Conforme o balanço divulgado pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), até a semana passada havia 157 servidores afastados por suspeita da doença; no Estado, eram nove casos confirmados entre funcionários, sendo três óbitos.
Porém, o número de infectados pode ser ainda maior. Isso porque um levantamento feito pelo Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo) informa que até o dia 30 de abril, havia 67 confirmações de funcionários doentes no Estado, com três óbitos. Do total, apenas na região de Prudente, o balanço apontou 30 casos de Covid-19 e dois óbitos. A primeira morte foi a do policial penal Aparecido Cabrioti, 64 anos, que atuava na Penitenciária de Dracena. Ele estava de férias e passou mal depois de retornar de viagem.
Apesar das incertezas quanto aos números, a Administração Penitenciária reforça que estão sendo distribuídos EPIs (equipamentos de proteção individual) a presos e funcionários de presídios paulistas. “Mais de 1 milhão de máscaras já foram produzidas por presos em sete penitenciárias do Estado de São Paulo”, afirma. Inclusive, uma suposta falta de medidas de proteção contra o vírus no sistema prisional chegou a ser denunciada pelo Fórum Penitenciário, composto por representantes do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Sifuspesp e Sindcop (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária e demais Servidores do Sistema Prisional Paulista).
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Em matéria veiculada no dia 4 de abril, a SAP informou em nota que segue as determinações do Centro de Contingência do Coronavírus. “Todas as medidas amplamente divulgadas pelo governo do Estado de São Paulo, como lavar as mãos com frequência, já foram adotadas nos presídios do Estado”, disse. Na época, reforçou diversas medidas de limpeza, suspensão de atividades coletivas, restrições de entradas, quarentena a presos que entram no sistema prisional e monitoramentos.
Ainda, lembrou sobre a aquisição de termômetros infravermelho, aquisição de oxímetro digital portátil, ampliação na distribuição de produtos de higiene, álcool em gel e sabonete, distribuição de EPIs como máscaras, horários alternados no refeitório, filas com distância de 1,5 metro. “Todo servidor com suspeita de diagnóstico da Covid-19 está devidamente afastado, sob medidas de isolamento em sua residência, conforme orientações do Comitê de Contingência do Coronavírus e a secretaria acompanha seu quadro clínico, fornecendo todo o suporte necessário para sua recuperação”. (REPORTAGEM: Imparcial – FOTO: SAP)